5 de Julho de 2015
O medo do envelhecimento continua a nos afetar hoje como indivíduos e como sociedade, como se os últimos anos de vida fossem apenas um testemunho de inutilidade e desamparo, e somente a juventude e a força fossem valorizadas.
Por esta razão, clareamos os nossos dentes, pintamos os nossos cabelos, tomamos pílulas para promovermos uma sexualidade mais vigorosa, afastando-nos de tudo o que nos lembre, visivelmente, que os nossos corpos estão envelhecendo.
Hoje, assim como ontem, o fenômeno do envelhecimento é visto com olhos externos, somente, com o foco no físico, que é somente o envoltório externo para a alma – algo que não viaja conosco após a morte – e deixando de lado a parte mais importante do envelhecimento que é o desenvolvimento do espírito. Esta é a maneira com que a sociedade continua a se afastar de suas origens sagradas, o que dá a cada fase da vida, uma santidade particular e propósito. Iludida ao pensar que o físico é tudo o que há, a sociedade expressa esta crença da maneira com que ela se relaciona com o corpo humano.
No entanto, apesar de sua predominância hoje, esta maneira de se relacionar não é uma maneira necessária. É apenas a forma atual. Se fosse necessário que os dentes se tornassem amarelos, o cabelo se tornasse grisalho e o corpo mais fraco, isto iria diminuir de alguma forma a força do coração, ou do espírito que habita interiormente? Claramente, com que medida podemos medir as coisas é uma declaração de ao que damos valor e o que diminuímos em importância.
É o momento para a humanidade ver, saber e compreender que o vestuário da alma que é o corpo, é sagrado. Ele chegou a esta vida com a alma para servir a um propósito sagrado, e depois que o seu serviço é realizado, ele se prepara para ser colocado de lado. Nos anos que se antecedem a esta rejeição do corpo, o que é perdido no nível externo, é, muitas vezes, adquirido no interior, e quando não é este o caso, é, frequentemente, porque aqueles que contemplam o seu próprio enfraquecimento físico se sentem envergonhados, e começam a se identificar mais com a sua limitação física, do que com o que habita interiormente. Desta maneira, aqueles que estão envelhecendo são influenciados pelas opiniões que nós, como sociedade, mantemos em relação a eles, de modo que para muitos, é quase inevitável que eles venham manter tais pontos de vista sobre si mesmos.
No entanto, nem o fogo do coração, nem o poder do espírito, precisam se tornar menores, porque a juventude e a força do corpo são diminuídas. Um dia, saberemos e sentiremos isto, e honraremos o envelhecimento do corpo em sua beleza e expressividade que proporcionou um abrigo para o espírito por tanto tempo. Neste dia, saberemos que os únicos olhos que merecem ver para determinar o valor de qualquer coisa, são os olhos interiores, pois os olhos interiores vêem a verdade da alma, não o envoltório da alma. Eles vêem a essência sagrada do outro e não o estado de suas partes corporais.
Abençoado seja este dia em que a humanidade irá reverenciar o envelhecimento e o envelhecimento se reverenciará por ter passado pelas estações da vida e adquirido a partir desta passagem o que ela tinha a oferecer.
Que todos conheçam este dia que precede a transição da existência física. E que todos possam valorizar o processo da vida que é conhecido como envelhecimento.
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AUTOR: http://lightomega.org/
Traduzido por: Regina Drumond Chichorro
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