As queixas mais comuns que ouço em meu consultório são: “Por que minha mãe (pai) sempre me odiou?”.
“Por que os meus irmãos até hoje me agridem verbalmente e/ou fisicamente?”.
“Eu me sinto um estranho no ninho, não tenho o amor de meus familiares”.
“Eu me dou bem com meus irmãos, mas não suporto a minha irmã e a recíproca também é verdadeira”.
“Há 15 anos cortei as relações com a minha família, não tenho mais contato com eles”.
Conflitos familiares são bastante comuns porque encarnamos e nos vinculamos por laços de sangue tanto com amigos, bem como com inimigos do passado, isto é, de vidas passadas. Sendo assim, a TRE não vê uma família como um mero agrupamento de pessoas ligados “casualmente” por laços de sangue, mas, sim, um agrupamento de espíritos, unidos através de laços cármicos, que estão se reencontrando para reparar erros cometidos no passado, buscando a reconciliação e os aprendizados necessários.
Mas, além dos resgates cármicos, o que pode ocasionar também os conflitos familiares (brigas verbais e/ou físicas, rixas, discussões, desentendimentos, aversões e antipatias entre pais e filhos, irmãos, com tios, avós) é uma causa externa, isto é, interferência dos obsessores espirituais (desafetos, seres desencarnados) que movidos a ódio e vingança por terem sido prejudicados pela família em outras vidas, buscam ajustar as contas provocando discórdias, desentendimentos, mal entendidos, semeando dúvidas, desconfiança, raiva, ciúmes na mente dos membros de uma família.
Mas quero ressaltar que toda obsessão espiritual é um processo bilateral em que há sempre uma relação de cumplicidade entre os envolvidos (obsessor espiritual e obsediado). Ou seja, é preciso que aja um “terreno fértil”, isto é, maus hábitos e imperfeições por parte do obsediado, tais como maledicência, mágoas, ódio, ira, ciúme, medos, insegurança, inveja, orgulho, arrogância, etc., para que seu obsessor espiritual possa explorá-los e, com isso, provocar discórdias, ou até mesmo uma tragédia familiar.
Recentemente (a mídia noticiou fartamente), houve uma tragédia numa família que residia na zona norte de São Paulo, na capital, cujos pais eram policiais militares, onde o filho (Marcelo) de 13 anos os matou a tiros, bem como a avó e a tia-avó e, em seguida, cometeu o suicídio. Este caso, entre outros, não se pode descartar uma interferência espiritual obsessora que pode ter usado o garoto para matar toda sua família.
Caso Clínico:
Problemas familiares
Uma mulher de 45 anos, casada, um filho, veio ao meu consultório para saber sobre sua família, o porquê que ela sempre era pivô de brigas de sua família.
Ela me relatou que sempre foi uma pessoa submissa, que ajudava os pais em tudo, principalmente financeiramente, e mesmo sabendo que não podia fazer determinadas coisas ela fazia para não desagradar seus pais. Mas, após casar e constituir sua família passou a viver em função do marido e filho e, com isso, sua mãe a acusou de que era uma filha ruim, que estava mudada, pois não mais a ajudava financeiramente, e praguejou dizendo que hoje ela estaria por cima e amanhã podia cair.
Assim, a paciente desabafou chorando: – Dr. Osvaldo estou cansada, não aguento mais, agora por último foi com o meu pai, simplesmente ele tomou as dores do meu irmão, ou seja, meu marido fez uma sociedade de representação comercial de um produto com o meu irmão, mas o negócio acabou não dando certo porque o meu irmão é teimoso, queria fazer do jeito dele, não escutando a opinião de meu marido e acabaram com a sociedade brigados. Meu pai me acusou, falando que a culpa era minha, pois fui eu que sugeri a sociedade, pois o meu irmão estava desempregado. Por último, eu e o meu marido também estamos brigados, pois ele teve muito prejuízo nesse negócio e contraiu muitas dívidas.
Na primeira sessão de regressão, ela me relatou: – Está tudo escuro, Doutor, não vejo nada. Sinto muito frio. Está muito frio! Sinto que tem alguém aqui, mais não o vejo. Está bem perto, pois consigo sentir sua presença (paciente estava sentindo a presença de um ser desencarnado das trevas, do umbral).
– Pergunte quem está com você, não tenha medo. Você tem proteção dos seres amparadores de luz.
– Escuto uma risada, doutor, muito alta… Agora não sinto mais nada.
Na segunda sessão de regressão, assim ela me relatou: – Vejo um homem, é um ser espiritual de luz. Está em pé e me estende as mãos. Ele é alto, moreno, muito bonito… Parece que o conheço há muito tempo, essa é a sensação que tenho. Agora ele me abraça. Nem sei como descrever, sinto muita paz. Sinto um amor verdadeiro (paciente fala chorando muito).
Ele pede para que eu vá com ele, estamos caminhando no meio de rosas. Um cheiro tão bom. Nossa, que sensação maravilhosa! Nunca senti algo assim tão intenso. Doutor, este homem caminha ao meu lado, mas não fala nada. Adiante, vejo uma mulher. Sinto também a mesma coisa, um amor, uma ternura. Ela me espera e quando estou chegando perto, ela me estende os braços. Tenho vontade de correr e vou ao seu encontro. Ela me abraça e o homem também.
– Pergunte para esses seres de luz quem são eles? – Peço à paciente.
– Falam que são meus pais. Meus pais de verdade. Meus pais de alma, de minha família espiritual, de onde vim antes de encarnar. Por isso esse amor todo que sinto, essa sensação de paz eterna. Um carinho que nunca tive de meus pais da encarnação atual. É um carinho que sempre busquei, um amor de verdade!
– Fico no meio dos dois, pareço até uma criança. Vamos caminhando, agora eles param e sentamos num gramado, num campo bem vasto (paciente estava descrevendo o plano espiritual de luz).
O que eles lhe dizem? –Pergunto à paciente.
– Minha mãe espiritual me diz que se chama Stella e o meu pai Luís. Eles dizem que estou me saindo bem nessa encarnação, mas que preciso delimitar algumas coisas para que eu possa passar por essa encarnação e aprender. Eles dizem que eu faço tudo para ser aceita e muitas vezes isso me traz problemas porque eu minto. E quando se mente, mesmo que para não fazer o outro sofrer, um dia essas pessoas que eu quero que não sofram, vão usar isso contra mim. (pausa).
– Eu pergunto aos meus pais espirituais como então devo proceder?
Eles estão me lembrando de que eu vim de outra cidade, Alagoas, e trouxe toda a minha família para São Paulo e os ajudei a serem o que são hoje. Mas me prejudiquei porque sempre quando eles me pedem determinadas coisas e não posso fazer, eu digo inverdades, “mentiras”, porque tenho dificuldade de dizer não para não desagradá-los. Stella, minha mãe espiritual, me diz: – Minha filha, a família na qual você encarnou não há vínculo afetivo nenhum com você, mas eles estão tendo a oportunidade de conviver com você. Eles precisam aprender com você e você com eles, mas não é só isso. Há nessa família vários obsessores espirituais que eles os prejudicaram no passado, e é por isso que você teve que se afastar deles.
Por isso, você sempre se sentiu como um peixe fora d’água, não é mesmo?
– Sim, mãe, inclusive me sinto culpada porque a minha mãe da encarnação atual me fala que me ama, mas nunca senti isso como verdade, pois quando eu não dou dinheiro, ela fala coisas ruins de mim para meu pai e meus irmãos. Os meus pais dessa encarnação deturpam tudo o que faço. Gostam de me deixar em uma situação constrangedora e daí, tenho que me explicar e inventar situações. Estou farta disso!
Não quero dar uma de vítima, não quero que me vejam como pobre coitada porque não sou. Só quero entender e aprender como me respeitar.
Na 3ª e última sessão, a paciente estava mais segura e me disse que estava se sentindo bem melhor. Após o relaxamento progressivo, ela me disse: – Doutor Osvaldo, meus pais espirituais estão aqui e dizem que não vão demorar muito. Eles falam: – Você precisa aprender a dizer NÃO e entender que sua família terrena está sendo obsediada, mas você não faz parte disso; então, não precisa se sentir culpada, pois cada um está no seu nível de evolução. Não se preocupe o que seus familiares pensam ou deixam de pensar de você, pois nada que você disser ou fizer para seus familiares mudará; por isso, não desperdice energia com eles. Não seja mais submissa, aprenda a se aceitar mais.
Agora eles me abraçam e me beijam. Falam que estão orgulhosos de mim, que sou uma filha maravilhosa. Dizem que serei muito feliz, mas tenho que aprender a me impor, não temer nada. Dizem que estão sempre comigo e que me amam muito.
Eles estão se despedindo de mim e dizem um até logo (paciente chora copiosamente).
Após alguns meses do término da terapia, paciente me enviou um e-mail dizendo que estava conseguindo mudar sua vida, que se sentia mais autoconfiante, estava aprendendo a dizer não, pois lembrava que tinha aqueles pais espirituais maravilhosos e que entendeu que na família terrena na qual veio eram somente papéis, rótulos que cada um desempenhava, e que ela no papel de filha fez seu melhor.
AUTOR: OSVALDO SHIMODA
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