A GESTAÇÃO DO RENASCER

Luiz Soares das Terras Nordestinas

Depois de seguir e perseguir um raciocínio por mais de 50 anos do nosso tempo linear; escrever mais de centenas de textos sempre pautados numa ideia, num ponto de chegada, num estágio de tempo zero previamente estabelecido para a expressão máxima da evolução humana, com o nome de ascensão, tudo isso programado para a data de 12.12.2012.

A imaginação fluía para um campo imaginário fora de um contexto, quebrando barreiras, vencendo o tempo linear que nos tornou refém da materialidade, que nos limitou a um ciclo de nascer, viver e morrer, de nos tornarmos consequência de um sistema altamente estratificado, limitante no conceito de liberdade, altamente deprimente para com a fraternidade ampla e irrestrita, com a mentalidade que tornou o ser humano um pária a cada experiência vivida no planeta.

Na lógica da percepção, acredito que finalmente assumimos, por livre e espontânea vontade, criar e vivenciar a Teoria da Conspiração dentro de nós mesmos. A libertação nos foi estimulada, ao se criar uma ideia de que precisávamos “acabar” para renascermos sob a ótica da plenitude infinita. Imaginávamos ser preciso mudar a nossa composição, o nosso código genético, selecionar indivíduos e assim renascer, desta feita como seres iluminados e cristalinos.

Mesmo sem deixar de acreditar eis que transpomos o marco zero. E, por incrível que pareça nada mudou segundo o que foi imaginado. Em assim sendo, foi preciso um grande e enfadonho discernimento, primeiro para desfazer, apagar aquela imagem dantesca do caos generalizado; segundo, encontrar dentro de cada um de nós e coletivamente, uma ponte, um motivo, um paradigma que nos tornasse aptos a entender, compreender e assim podermos nos inserir, de fato, no iluminar dos “novos tempos”.

O intervalo de ontem para hoje foi uma guerra titânica. Foi um buscar sem saber por onde começar. Um processo de estruturação e num sonho simular um campo imaterial. Uma convicção fora dos nossos ilimitados, limites. Em outras palavras vivenciamos uma gestação, como fetos adultos, sem a proteção do útero materno, convencionalmente falando. O cenário foi outro, a mãe e seus carinhos foram e se deram de uma forma e num ambiente bem mais hostil e altamente controverso.

Gradativamente a nossa mente está sendo recomposta. Paulatinamente começamos ou buscamos nos situar num momento de transição, ao nos despedirmos, de deixarmos apenas como registro, os grilhões que nos foram impostos na terceira, vivenciarmos os acordes da quarta e; finalmente, nos recompormos na plenitude da quinta dimensão.

Sei estar e sentir dentro de mim esse sentimento. Com certeza as palavras escolhidas talvez não sejam suficientes para ajudar a me fazer entender para a maravilha em que estamos, mesmo timidamente, começando num novo e límpido caminho. O caminho das estrelas, o caminho das galáxias, o caminho de um universo, desta feita como seres iluminados e reluzentes.

Ah, me vem à ideia de formatar uma comparação. Quem leu o Pequeno Príncipe pode se colocar nas suas peripécias andantes. Quem leu o Fernão Capelo Gaivota pode reviver a sua trajetória e se enquadrar naquela maneira tão bem explícita a um entender coletivo. Nesse passe de mágica, devemos ter a certeza de que somos o que pensamos e assim nos comportaremos a partir desse encontro, desta feita encontrando as ferramentas que temos guardadas dentro de nós. A energia irradiante e benevolente já nos envolve. A luminosidade da intolerância já habita dentro de cada um de nós. Os nossos sonhos – bem intencionados com reflexos positivos serão evidenciados.

Eis, portanto o grande e incomensurável dom que o fizemos por merecer. Sejamos muito mais autênticos, com nós mesmos. Sejamos um diamante que está vivendo um processo de purificação via lapidação de um construtor de universos. Sejamos a plenitude do amor, da ética, da sabedoria, da verdade e purificação que deva ser ampliada a todos os seres vivos, que conosco goza da hospitalidade de uma mãe carinhosa e sempre presente, com o nome Planeta Terra. Sejamos todos bem vindos a esse belo e próspero renascer!

AUTOR: TEXTOS DE LUIZ SOARES