Aqui, era a dor que nada consola, a desgraça que nenhum favor ameniza, a tragédia que ideia alguma tranquilizadora vem orvalhar de esperança!
Não há céu, não há luz, não há sol, não há perfume, não há tréguas!
O que há é o choro convulso e inconsolável dos condenados que nunca se harmonizam!
O assombroso “ranger de dentes” da advertência prudente e sábia do Mestre de Nazaré!
A blasfêmia acintosa do réprobo a se acusar a cada novo rebate da mente flagelada pelas recordações penosas! A loucura inalterável de consciências contundidas pelo vergastar infame dos remorsos!
O que há é a raiva envenenada daquele que já não pode chorar, porque ficou exausto sob o excesso das lágrimas! O que há é o desaponto, a surpresa aterradora daquele que se sente vivo a despeito de se haver arrojado na morte! É a revolta, a praga,
o insulto, o ulular de corações que o percurtir monstruoso da expiação transformou em feras!
O que há é a consciência conflagrada, a mente revolucionada, as faculdades espirituais envolvidas nas trevas oriundas de si mesma!
O que há é o “ranger de dentes nas trevas exteriores” de um presídio criado pelo crime, votado ao martírio e consagrado à emenda!
É o inferno na mais hedionda e dramática exposição, porque, além do mais, existem cenas repulsivas de animalidade, práticas objetas dos mais sórdidos instintos, as quais eu me pejaria de revelar aos meus irmãos, os homens!"
AUTOR: Ivone do Amaral Pereira
AUTOR: Ivone do Amaral Pereira
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