Abri o vidro quase sem olhar para o tal pivete e ja lhe entregara o conteudo de moedas que tinha em minha carteira. O garoto em tom suave me falou assim:
- Moço: eu não quero seu dinheiro, quero apenas lhe avisar que houve uma batida logo ali e que o senhor deve tomar outro caminho e te desejar uma feliz noite.
Aquelas palavras me soaram como um tiro no peito. Eu estava preocupado em chegar em casa e ignorava meu mundo. Mas aparece um anjo para me auxiliar e me dar uma boa noite.
Olhei novamente para aquele pivete e vi que era uma criança , e perguntei o que ele estava fazendo debaixo daquela chuva. Ele me disse em um tom natural que não tinha para onde ir e resolvera ajudar.Que era o maximo que ele podia fazer.
Parei meu carro no estacionamento e sentei na calçada com aquele anjo de pés sujos mas de um coração que jamais vira. Perguntei-lhe se tinha fome e uma resposta afirmativa me veio daquele menino de rua.
Saimos dali e fomos a um bar proximo e comemos um lanche.
Conversamos sobre suas coisinhas e seus sonhos. Era uma criança simples e que não desejava muito,e que gostava de repartir suas poucas coisas com aqueles que tinham menos que ele.
Aquele pivete fez em mim o que o mundo não conseguiu. Tocou fundo meu coração. Hoje ele não precisa mais de viver na rua. Tem seu lar e sua propria familia e é feliz. É feliz de tal forma que não compreendia e aprendi com aquele menino de rua.
A felicidade não é quanto, nem quando e tampouco como. Ela simplesmente é, ela esta ao nosso lado e não precisamos de preparo para ser feliz. Podemos ser felizes agora, do jeito que somos, do jeito que estão as coisas.
Aquele menino que é um anjo ainda ensina a todos que cruzam seu caminho, lições simples de amor e fraternidade. E eu agradeço a Deus a oportunidade que tive de conhecer aquele anjo em uma noite fria e chuvosa.
AUTOR: Augusto Cezar
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