As causas são várias e algumas delas têm a ver com nossa própria maneira de ser.
Crianças pequenas tendem a exagerar acontecimentos, dificuldades e problemas. É o recurso de que se utilizam quando não se sentem ouvidas. São manobras de que se servem para ganhar os adultos.
O exagero sobre o que acontece na escola, na vizinhança é o ponto de partida. Crescidos, adolescentes, serão aqueles mesmos que buscarão emoções fortes, submetendo-se a riscos inúteis, tudo para se sentirem importantes.
Quando a criança é o filho do meio padece outras situações. Afinal, ele não é o maior que supera obstáculos e ganha medalhas no esporte ou nas artes. Não se sobressai.
Também não é o bebê cujas gracinhas encantam os pais, que a cada gesto, a cada palavra se enchem de alegrias.
Como ninguém se importa porque ele aprendeu uma nova canção, ele exagera dizendo que foi convidado a cantar perante o colégio todo.
Como não lhe dão importância se ele disser que correu muito e venceu um colega, ele contará que foi o melhor de toda a classe.
Contará vantagens, criará fantasias, e logo passará a ser denominado como chato pelos colegas, ridicularizado por outros, sem se mencionar que a mentira causa desequilíbrio, tensão e enfermidade.
Pode acabar rejeitado pelo grupo, mal visto por professores e pelos próprios pais.
E só desejava ser ouvido. Possivelmente deveremos estar pensando que como pais é impossível deixar de escutar a tagarelice dos pequenos. Sim, escutamos. Mas escutar não é ouvir.
Eles falam e nossa resposta é um resmungo, sem verdadeiro interesse de ouvir o que eles nos contam.
Suas pequenas conquistas, seus novos amigos, seus medos ante as provas que se avizinham.
Ouvir os nossos filhos é um ato de amor. Exige paciência e dedicação.
Observemos se, para falar conosco, os filhos não têm que competir com nosso trabalho, com o filme, com a novela, com os outros irmãos e as coisas fantásticas que realizam.
Aprendamos a valorizar as mínimas conquistas dos pequenos. Quando enxergarmos a riqueza das pequenas coisas, descobriremos quão preciosas podem se tornar as horas de convívio doméstico.
Ao mesmo tempo, asseguraremos aos nossos filhos seu lugar no mundo, equilibrados e verdadeiros.
Ao menos uma vez ao dia esqueçamos os problemas financeiros, os juros altos, a elevação do dólar, a queda nas bolsas de valores.
Sentemo-nos para ouvir nosso filho, relatando como descobriu um formigueiro no fundo do quintal, como conseguiu escrever seu nome completo, como conseguiu ler o outdoor na frente da escola.
Ao menos uma vez por dia demonstremos interesse e respeito por suas palavras, gestos e expressões.
Valorizemos o que eles mencionam. Ouvir nossos filhos é procurar entender a importância do que descrevem. É se importar em ajudá-los a pensar e sentir.
AUTOR: Momento Espírita
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