Ele viu um homem e um lobo ao longe seguindo viagem. Esse homem parecia adorar o lobo, e por isso ia colhendo alimentos, caçando animais e dando todo tipo de comida ao lobo.
Conforme eles iam seguindo a viagem, o lobo ia comendo. Então começou a ocorrer algo curioso. O lobo ia ficando mais e mais exigente por comida. A impressão que dava é que o animal estava cada vez mais faminto e quanto mais comida o homem dava ao lobo, mais o lobo sentia fome e mais exigia que ele lhe desse cada vez mais. Isso continuou acontecendo até chegar num determinado ponto em que o animal estava tão faminto, que começou a morder o homem que o alimentava. O lobo começou a investir contra o homem, e este ficou com medo e tentou fugir. No entanto, era tarde demais: o lobo o alcançou e o devorou ali mesmo.
Assim que o lobo foi embora, o homem se aproximou da carcaça do homem devorado e percebeu que apenas a cabeça e o rosto foram preservados. Olhou com atenção o semblante do morto, e começou a passar mal com a revelação: o homem devorado pelo lobo era ele mesmo.
O homem acordou assustado com o sonho e foi procurar um sábio que era famoso por interpretar sonhos. O homem encontrou-se com o sábio e indagou sobre o significado daquele sonho. O sábio explicou:
– Você teve um sonho de um sentido profundo. O lobo representa os instintos e desejos humanos. Essa trama do sonho nos ensina duas coisas:
Em primeiro lugar, quanto mais alimentamos nossos instintos e desejos, maior se torna seu apetite. Não adianta tentar satisfazer nossos desejos, pois eles apenas aumentarão e pedirão sempre mais e mais.
Em segundo lugar, precisamos entender que, ou controlamos nossos instintos sem alimenta-los tanto e sem fazer todas as suas vontades, ou eles assumem o controle sobre nós e vão aos poucos nos devorando e nos fazendo perecer.
O homem agora compreendia que o sonho era uma mensagem para ele mesmo, que há muito exagerava na busca pelos desejos e prazeres do mundo. O sábio completou:
Não se esqueça desse importante princípio da vida: aqueles que consomem tudo que seus instintos e desejos demandam, acabam sendo consumidos por eles.
AUTOR: Hugo Lapa
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